Baixo rendimento escolar, alterações bruscas de humor, distração, impulsividade, instabilidade emocional. Se você reconhecer estes sintomas em seu filho, é sinal de que ele pode sofrer de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. Em entrevista, o médico psiquiatra e psicoterapeuta Wimer Bottura Jr. tirou algumas dúvidas sobre o distúrbio que mais confunde a cabeça de pais e atinge de 3% a 5% das crianças em todo o mundo.
Crescer Online - O que é o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade? Dr. Wimer Bottura Jr - É um transtorno caracterizado pela hiperatividade da criança, ou seja, é aquela ligada no 220W. Ela não consegue prestar atenção nas coisas e é inquieta. Crescer Online - Como se diagnostica a hiperatividade em uma criança? Dr. Bottura - Os diagnósticos são feitos mais por estatísticas do que por exames subsidiários. Existem exames que mostram que é uma disfunção do lobo frontal, relacionado com os neurotransmissores dopamina e noradrenalina. Crescer Online - É correto afirmar que apenas crianças são hiperativas? Dr. Bottura - Não, grande parte das crianças se transformam em adultos hiperativos se não tratados. Hoje, cerca de 50% a 60% de usuários de drogas são portadores de hiperatividade. Crescer Online - Mesmo com tratamento? Dr. Bottura - O universo de pessoas que se trata é muito baixo. Com tratamento, as pessoas têm grandes possibilidades de superar suas maiores dificuldades, portanto, teriam menos possibilidades de se tornar um usuário de drogas. Crescer Online - Se uma criança é tratada adequadamente, ela se livra totalmente da doença? Dr. Bottura - Cerca de 70% do casos de hiperatividade na infância continuam na vida adulta. A diferença é que muitas pessoas crescem hiperativas sem terem conseqüência na auto-imagem, auto-estima e auto-confiança. Elas saberão lidar com a hiperatividade e terão uma vida absolutamente normal. Crescer Online - A hiperatividade afeta a inteligência ou o desenvolvimento emocional? Dr. Bottura - Não afeta obrigatoriamente, mas pode, efetivamente, trazer muitos prejuízos a resultados acadêmicos e profissionais. Essas pessoas se acham e são tratadas como burras, mas não são. A criança, por exemplo, que é hiperativa pela a sua distração, inquietude e agitação, recebe muitos qualificativos destrutivos, como 'você não presta', 'você é mal educado'. Ela é castigada e muitas vezes humilhada, se expondo a uma série de coisas que a levarão a uma perda na auto-imagem, auto-estima e auto-confiança. Isso então é mais prejudicial do que a própria hiperatividade. Crescer Online - Elas precisam de um tratamento diferenciado na escola, por exemplo? Dr. Bottura - Muitas vezes sim. Crescer Online - Como pais e professores têm de lidar com crianças hiperativas? Dr. Bottura - Tem de ter consciência e levar em conta que há algo a ser tratado e não criticado. Ninguém tem culpa disso. Os pais devem procurar um profissional qualificado, além de terem uma boa orientação familiar. Isso aumenta as chances de a criança crescer sem problemas, embora seja hiperativo. Crescer Online - Os pais fazem confusão na hora de diagnosticar um filho hiperativo? Qual a diferença entre o distúrbio e um comportamento bagunceiro ou desatento? Dr. Bottura - Não é só os pais que ficam confusos, os profissionais também. O diagnóstico é, em parte, baseado em um questionário sobre o comportamento da criança, mas muitos sintomas são absolutamente normais na vida dela, como manifestações de inquietude ligadas à relação familiar. Se a pessoa já é adolescente ou adulto, pede-se que busque um outro diagnóstico, pois muitos transtornos apresentam sintomas de hiperatividade. O diagnóstico não é simples, qualquer suspeita deve ser encaminhada para de um profissional que possa determinar o transtorno com exatidão. Crescer Online - Qual que é o tratamento ideal para a hiperatividade? Dr. Bottura - Tratamento interdisciplinar, ou seja, que envolve mais de uma pessoa. Quando se configura o TDAH, o tratamento prioritário é o medicamento, pois sem ele a criança não consegue prestar atenção, se dedicar e ouvir, o que é essencial para que os outros tratamentos funcionem. Em segundo lugar, considero a orientação familiar muito importante. É necessário tratamento psicológico e psicopedagógico muitas vezes também. |
bom demais essa entrevista ampliou meus conhecimentos sobre esse assunto.....
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